segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Andei ausente, bem sei. Acontece que alguma coisa em mim fez com que eu me fechasse como se casulo fosse. Cerrei os olhos pelo curto espaço de umas poucas semanas e, quando dei por mim, uma infinidade de borboletas bateram em revoada do céu da boca. Silêncio; um suspiro temporal. Mas não daqueles que empobrecem o espírito, não, não. Daquele silêncio gutural que reestrutura a madrugada, acomoda, acalma, shhhhhhhh, a cada noite que se passa. Se eu tivesse uma lua em meu bolso, eu me encheria de escuridão. E quem sabe um ou dois sapos coachariam em alguma lagoa. Foi com cuidado que arrastei minhas duas mãos da testa ao fim do cabelo, tendo o cuidado de cravar o dedos: não poderia deixar jamais que algum desassossego aqui ficasse. Com a maestria dos primeiros vaga-lumes que se atrevem a acender as primeiras luzes da terra, converti minha inquietude em nuvens de fumaça e soprei para que a noite as levasse numa brisa fria. E agora dois sapos coachavam ao fundo, confirmando que o silêncio morria de pouco em pouco com o galopar da manhã acobreada, que aproximava sem nada ninguém ver. Eu pouco enxergava, é verdade. Tirei do bolso a lua que outrora parecia ser minha e a esfarelei pelo breu do firmamento, em  uma inumerável centelha de pequenas estrelas itinerantes. Foi assim a história da noite que iluminei o incrível céu acima de nós. Antes que o sol enfim chegasse, a noite cravejou-se das constelações que já não se viam e,  tornou-se, por outro suspiro de tempo, palidamente, dia. Existe luz quando a procuramos. E as incontáveis borboletas agora retornavam com a minha resposta: as palavras em mim nunca morreram. Metamorfosearam-se.


Cristiano Guerra, que me traduz com as palavras.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Não fosse pelo voar das folhas que, lindas, caem das arvores mais altas que já vi, pelo bater das asas daqueles passaros encantadores vindo em bando pelos céus, ou ainda pelo ecoar da tua musica imponente invadindo meus ouvidos que não se cansam de ouvir-te e de te chamar meu principe..


.. Meu Deus do céu, eu não morreria de mil infartos de amor por segundo ao te avistar assim tão lindo, olha.. moço...

..És meu principe..

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Relacionamentos.

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"Nossos relacionamentos andam modernos demais, revolucionários demais, experimentais demais, como um filme francês meio nonsense, executado do fim ao início, cuja grande inovação é não ter roteiro nenhum por trás de uma profunda tristeza de seus personagens perdidos, sem saber exatamente qual lente mirar, em que momento, qual o plano, qual o foco. A fotografia denota nosso daltonismo afetivo: enxergamos o amor cor-de-rosa através da câmera, quando na realidade ele é roxo-escuro. Como um hematoma."

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É Gabito.. complicado esses hematomas doloridos. Complicado de verdade.


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sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Sr. Razão.

Eu queria que você tivesse ideia do quanto de mim eu tenho vontade de jogar nessas letras digitadas sobre essas linhas.. das quais compunham toda a canção do meu viver, todo surgimento súbido de uma nova batida do coração, que, forte, imponente.. toma conta do resto do corpo, de mim, e de nós.
Este meu vizinho chato e contudo metido, insistente mora aqui em cima.. na minha cabeça. Sr. razão. Danado, sempre me jogando contra mim mesma, misturando tudo que eu penso, e dialogo cá comigo.

Tens ideia? do que seja isso... eu quero pegar o universo amassar e dobrar em muitas partes, pôr na palma da mão e apertar contra o peito, até que invada o coração, até que todas, absolutamente todos sintam. E entendam. E ouçam. Me ouçam...

O quanto de mim, eu coloquei junto com o mundinho, na palma das mãos..

O quanto de você tem escrito em cada letra.. de m-i-m.

Do quanto este texto me enjoôu. 
Droga.




quarta-feira, 20 de junho de 2012

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Só pra dizer que idiota aqui guardou a embalagem dos chocolates que ganhou a primeira vez que ele a presenteou com chocolates e um ramalhete de flores muito charmoso por sinal. ela usa a caixinha de chocolates pra guardar todas as cartas melosamente escritas para ele.. enquanto chorava rios de lagrimas. As flores? estão ainda no vaso, já secas, horríveis.. Mas ela não teve coragem de dar um fim as pobres flores. Vai entender. Já disse. Idiota.

Ela carrega a foto que eles tiraram juntos no dia em que foram no parque de diversões, ele fez cosquinhas na barriga dela só para ela abrir aquele sorriso bem aberto e sair toda estonteante.. na foto. Naquele dia ele saiu no braço com o palhaço do parque, por causa de um elogio feito á ela. Ele a carregou no colo enquanto entravam no apartamento. Naquele dia jantaram sopa com pão, porque a receita francesa dela havia queimado. Mas foram felizes naquele dia.

Ele.. ele mora á alguns meses naquele pedaçinho de papel amassado. "Besta".

No pedaçinho de papel rasgado.. Eu moro aqui, cada vez mais aqui.

(Mas, o papelzinho.. na gaveta. E eu, cada vez mais.. armário.)




(Pra ouvir...  Razorlight-who needs love?)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

02:00

Hoje, 02:00 da madrugada gigantesca.. eu e a minha xícara de borboletas azuis. Um xícara linda e cheia de café, não muito forte, que é pra não me tirar esta réstia de sono, que penso cá com meus botões ser o charme de tal jeito estranho que dou paras as palavras.. as vezes.
Meus botões me perguntam, há algum jeito de saber porque as pessoas grandes usam de olhares profundos(quando eles tem um olhar profundo) para comover outras pessoas grandes, mas sem fins sinceros?
Botãozinho, eu lhe digo: não, não há nenhum jeito de descobrir isto. Há como aprender a perceber quais lições você tira disso.. e as lições são.. são..

Bom, o café não estava forte o bastante, por isso a réstia de sono virou um grande Sr Sono, e á qualquer minuto vou querer ir pra cama com ele, botãozinho.. desculpe!!!

Agora são 02:07 gigantescas horas.. 7 gigantescos minutos que passaram em vinte séculos.
Entre mim e meus botões. que por sinal são lindos.. aveludados e vermelhos.
Pra ser sincera, tô gostando mais de ouvir meus lindos botões por horas e horas gigantescas, do que muita gente por aí.


E, hm..

Já disse que são 02:12??

São 02:12.

(Sr. Sono?!)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

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"(...) E você pode fazer revelações que lhe são muito difíceis
e as pessoas o olharem de maneira esquisita,
sem entender nada do que você disse
nem por que eram tão importantes que você quase chorou quando estava falando.
Isso é pior, eu acho.
Quando o segredo fica trancado lá dentro
não por falta de um narrador, mas de alguém que compreenda."  -S. King





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