segunda-feira, 28 de novembro de 2011

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Nós temos olhos que se abrem para dentro, esses que usamos para ver os sonhos.
O que acontece, meu filho, é que quase todos são cegos,
 deixaram de ver esses outros que nos visitam.
 Os outros? Sim, esses que nos acenam da outra margem.





Mia Couto

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Breve introdução ao estudo do ciclo seco

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Todo mundo conhece ciclo seco, a maioria até já passou por ele. Alguns mesmo vivem desde sempre dentro dele, achando que isso é vida e eternizando o que, por ser ciclo, deveria também ser transitório. É preciso acreditar que passa, embora quando dentro dele seja difícil e quase impossível acreditar não só nisso, mas em qualquer outra coisa. Não que ciclo seco não tenha fé, o que acontece é que não podendo ver o que não é visível, fica limitado ao real.
Antes de ir em frente, é importante dizer que ciclo seco nada tem a ver com as estações do ano. É coisa de dentro do humano, não de fora, e justamente por isso não tem nenhum método: vem quando não é esperado e vai quando não se suspeita. Ciclo seco não desaba de repente sobre alguém; chega aos poucos, insidioso, lento. Quando se percebe que se instalou, geralmente é tarde demais. Já está ali. É preciso atravessá-lo como a um deserto, quando se está no meio e a água acabou. Por ser limitado ao real, o ciclo seco jamais considera a possibilidade de um oásis ou de uma caravana passando. Secamente, apenas vai em frente.
Porque o real do ciclo seco são ações, não pensamentos nem imaginações. Tanto que, visto de fora, não é visível nem identificável. Não se confunde com “depressão”, quando você deixa de fazer o que devia, ou com «euforia”, quando você faz em excesso o que não devia. Em ciclo seco faz-se exatamente o que se deve ou não, desde escovar os dentes de manhã ou beber um uísque à tardinha, mas sem prazer. Nem desprazer: em ciclo seco apenas se age, sem adjetivos. A propósito, ciclo seco não admite adjetivos — seco é apenas a maneira inexata de chamá-lo para que, dando-lhe um nome, didaticamente se possa falar nele.
E deve-se falar dele? Quero supor entusiástico que sim, mas não tenho certeza se dar nome aos bois terá alguma serventia para o dono dos bois ou sequer para os próprios bois — e essa é uma reflexão típica de ciclo seco. Mas vamos dizer que sim, caso contrário paro de escrever já. E falando-se dele, diga-se ainda que ciclo seco não é bom nem mau, feio ou bonito, inteligente ou burro — nem a Alice, de Woody Allen, nem Bette Davis em algum filme antigo, nem o Homem Elefante nem um dos irmãos Baldwin, nem Gertrude Stein nem Romário —, embora possa dar uma impressão errada a quem o vê de fora, ávido por adjetivar.
Ciclo seco, por exemplo, não se interessa por nada. Pior que não ter o que dizer, ciclo seco não tem o que ouvir, compreende? Fica na mais completa indiferença seja ao terremoto no Japão ou à demissão de Vera Fischer. No plano pessoal, tanto faz ler ou não ler um livro, ir ou não ao cinema — ciclo seco é incapaz de se distrair, de se evadir. Fica voltado para dentro o tempo todo, atento a quê é um mistério, pois que pode um ciclo seco observar de si mesmo além da própria secura, se não há sequer temporais, ventanias, chuvaradas?
Nesse sentido, ciclo seco é forte, porque nada vindo de fora o abala, e imutável, porque de dentro nada vem que o modifique.
E nesse sentido também é antinatural, pois tudo se transforma e ele não, simulando o eterno em sua digamos, i-naba-la-bi-li-dade. E sendo assim, com alívio vou quase concluindo, pode se deduzir que.
Não, não se pode deduzir nada. Só que passa, por ser ciclo, e por ser da natureza dos ciclos passar. Até lá, recomenda-se fazer modestamente o que se tem a fazer com o máximo de disciplina e ordem, sem querer novidades. Chatíssimo bem sei. Mas ciclo seco é assim mesmo.
Todo mundo tem os seus, é preciso paciência. E contemplá-lo distante como se se estivesse fora dele, e fazer de conta que não está ali para que, despeitado, vá-se logo embora e nos deixe em paz? Eu, francamente não sei.Ainda mais francamente, nem sequer sinto muito.



(Caio fernando Abreu)
...
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♪ No meio da euforia
 Aquele alguém me protegia
Mas não foi por acaso
Que o encanto se quebrou
O tempo foi gastandoO que não era pra durar
Como se eu soubesse
Não era amor pra todo dia
Dessa vez eu tive medo
Mesmo assim eu disse "sim" 
Percebi o percevejo 
E deixei cravado em mim (...) 
Só eu sei que foi melhor assim
Ás vezes é mais saudável chegar ao "fim" 
 
 
Tiê - Piscar o Olho

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011



"Quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela,

uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas,
e outros, finalmente,
que é preciso aprender a olhar,
para poder vê-las assim."
(Cecília Meireles)


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terça-feira, 1 de novembro de 2011

(...) a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais.


Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito,

é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento,

é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos,

mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh,

mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.





[ Caio F, Pequenas Epifanias, pág 89 ]
 
 
 
[Ou, na verdade, o escuro som pesado da tuas letras tristes.]

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Outras Palavras II

"Às vezes é preciso dormir, dormir muito. Não pra fugir, mas pra descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira."




Marla de queiroz

domingo, 21 de agosto de 2011

Outras palavras I

" Tenho frases guardadas, que fiquei de dizer quando houvesse sentido."

[Gabito Nunes]




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sábado, 16 de julho de 2011

Movendo moinhos

debaixo da macieira
rabisco versos

idéias presas
conflitos mentais

fico a espera
da maçã de newton
para me fazer sair
dessa roda-viva

a gravidade parece
estar contra mim

nada cai do céu

a não ser algumas gotas
antes presas por entre as folhagens
como os versos em minha mente

sinto-me como um caranguejo
andando de lado sem avançar

e enquanto pensava
em maçãs crustáceos
e cientistas mais
os versos se encaixaram
contrariando até mesmo
esses infernos astrais


(Davi Drummond)

quinta-feira, 16 de junho de 2011


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[...]
Temeste a morte, poeta?
Temeste a escarpa sombria
Que sob a tua agonia
Descia sem rumo certo?
Como sentiste o deserto
O deserto absoluto
O oceano absoluto
Imenso, sozinho, aberto?


Que te falou o Universo
O infinito a descoberto?
Que te disse o amor incerto
Das ondas na ventania?
Que frouxos de zombaria
Não ouviste, ainda desperto
Às estrelas que por certo
Cochichavam luz macia?
[...]


(Vinicius de Moraes)




O que te disse então o oceano, poeta?!

domingo, 12 de junho de 2011

Eu estou na pontinha dos meus pés, equilibrando meu peso sobre mim mesma. Num espaço pequeno entre a parte segura (como se tudo desde o início já não fosse um perigo) e o abismo..

Pessoas são gotas de veneno, você não sabe, mas elas são, sempre serão..

Pessoas serão seu remédio enquanto demonstras a necessidade de que elas o sejam. Enquanto são
solicitadas..

Mostre seu verdadeiro eu e então veja o verdadeiro rótulo. Vire o vidrinho em sua boca e equilibre-se ante o abismo..

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Perdendo todas as fichas no sorriso do início,
Os  braços percorrem na tentativa do abraço, maldito seja este abraço..
esta é minha casa e você percorre todos os corredores e o seu rosto atras dos raios solares..
atravez da janela..

Estou vendo..
E perdendo todas as fichas..

Jogo de sensatez misturado com as suas confusões infantis..
Falando tudo sem falar nada..
È falta de sentido, vês?!

E perco as fichas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

I know it ain't easy giving up your heart,
Nobody's pefect..




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I know it ain't easy giving up your heart

segunda-feira, 6 de junho de 2011

passos lentos

Sem meus passos lentos eu estou correndo quem nem louca pra alcançar o que falta do que sou eu. E, sem necessidade de que acredites de pés juntos, não há mais os passos lentos..  não consegue entender?

Aqueles passos tão ridículamente cheios de certeza, não existem mais..

Enquanto eu estava dentro do castelo gigantesco e lindo dos teus olhos, senti o tremor de terra e ouvi os trovões que corromperam o céu azul de paz, quando a primeira torre desabou eu saí e corri pelos jardins floridos de palavras tuas.. porque absolutamente tudo estava sendo destruído. Entende? eu corri..

Meus passos ridículos de lentos de Alices sonambulas sumiram.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

De mim, volto. Novamente, e não tão somente pra dizer-te que eu suportei com paciência este meu deserto de ventos confusos.. eu volto de lá.
Digo, mais precisamente que me senti, não me entendi, não sou pra ser entendida..
Peguei o livro de regras (malditas), li e reli, me perdi e me resgatei, e só senti..
Eu não sou uma pessoa pela metade, muito menos 1/3, mas não sou capaz nem de dizer-te que sou completa, agente nunca é completo, assim, tipo robozinho.. entende?
Olhei pro meu espaço, meu descanço, meu quarto, sol batendo na cama, borboletinhas de papel manteiga penduradas em linhas brancas balançando com o vento,  e as asas batiam como borboletas de verdade, tem também um sininho indu cheio de elefantinhos coloridos e cristais de todos os tipos.. bem no meio da minha janela.
Não procurei entender, porque, porra, eu não posso me entender.. eu posso me sentir..
Não tô nem aí pra este blá blá blá freudiniano que teimas em possuir, porque eu sou isso aqui, cuspida e escarrada..

Elefantinhos coloridos e borboletas de papel num quarto ensolarado..

Sentes?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"E algo, quase que obrigatóriamente, fazia com que sopros de ares coloridos viessem de todos os lados de dentro de si mesmo e brotavam-lhe sorrisos, intensos, renovadores, inevitáveis.. e não via sequer um motivo, um mero motivo para que tais sorrisos fossem embora.. assim.. para sempre. Aquele segundo era eterno.. milhões de razões misturadas á sentimentos. Sabia o que era, mas tambem não sabia de mais nada..
_Veja, ele não consegue parar de sorrir, corram e vejam.. como ele grita, sem preocupar-se com os ouvidos do mundo!"




Não resisti, tive que transformar em post o nobre comentário de meu amigo, o Marcos, em um de meus posts anteriores.
É porque, ah, eu amo descrisões de momentos assim.. amo felicidade apesar das trevas, sorrisos aternos, aqueles de doer os músculos faciais por dias..

terça-feira, 26 de abril de 2011

Se esgotam os estoques de lágrimas, de todos os tamanhos, velocidade, cores, densidade..
Tão derrepende se transformando em algo completamente ensurdecedor, insuportável. Não se sabe se sente o que de fato é realmente ou se deseja que se vá, e não retorne tão brevemente. Faz com que não haja pó de café que se acrescente na cafeteira pra que se amargue até a última gota de água á se tornar... café!
Que está bem, está, não há motivo pra espanto, ou procupação a toa qualquer.. ou será o teatrinho? aquele que se costuma fazer quando se olha pro contrato da vida e percebe que falta uma clausula.. a clausula, maltida, te obrigando á ser um pouquinho gentil, porque se não, já sabes.. e como sabes.
Se tenta camuflar o pouco que resta de veneno na quase invisível alma que, inacreditavelmente, ainda existe neste corpo. Se é que se pode chamar de corpo, pra mim é como um saco preto (aqueles que colocas as sobras da lasanha e o vinho vazio daquela janta de negócios com a cadeira vazia..)sem orgãos ou nada que remeta á um ser vivo, percebe: VIVO.
Não quis usar maquiagem hoje. Não só a real, o cosmético em si.. mas a maquiagem do vazio, a que te obrigam á usar lá fora, seja pelo salário, ou por companhia, ou por coisa qualquer que, camuflada de pedido vira imposição..
Tive que cuidar ao levantar o vôo, pra não me chocar contra nenhum prédio, ou avião.. fiquei com as asas empueiradas, não tanto pela poluição, mas pelo ar pesado.. por entre as pessoas, por entre a multidão.
Já se sentiu como uma peça perdida de outro jogo, que as crianças desatenciosas quardaram errado, dentro de um tabuleiro preto e branco?
E quando avanças para o próximo quadradinho a surpresa.. não era de fato um chão apenas cor escura.. mas uma armadinha gigantesca com um recadinho "gentil" mandando-o devolta ao primeiro quadradinho...
"GRANDE OPORTUNIDADE!!! 
Grande circo que são as "leis" pra por ordem no balaio de bonecos e secrecretamente robar-lhes seu dim-dim de brinquedo, recruta maais bonequinhos para o cargo de palhacinhos. Ter medo de honestidade (se possível ficar bem longe dela) e amar (com todas as forças e mais do que a quem te deu a vida) a hipocrisia.."




Só pra ver a reação...

domingo, 24 de abril de 2011

Right To Be Wrong (Joss Stone)

I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone

I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breath
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone

You're entitled to your opinion
But it's really my decision
I can't turn back I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all that I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to faced it willingly

I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
Flesh and blood to the bone
See, I'm not made of stone
I've got a right to be wrong
So just leave me alone

I've got a right to be wrong
I've been held down to long
I've got to break free
So I can finally breath
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
I've got a right to be wrong
So just leave me alone
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Eu sou de carne e osso até a alma...
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Porque deixar de ser feliz por mera bobagem, desentendimento?
Porque fazer questão de entender somente o que se queria ouvir, quando além de expressar-se, poderia dar a chance aquele que ouve suas palavras? Porque julgar pequenas, muito pequenas atitudes, tirar delas um discernimento distorcido afim de favorecer seu lado "humilde-humano-que tambem erra-se camuflando"?
Estrapolar os limites quando se é a vítima, e quando vê já não é mais...
O que eu ia dizer não era nada do que foi imaginado por outro, era como uma flor, um pedacinho de papel escrito assim: "te apoio"..

"te apoio"...

Não escrevo á você, á ele, á ela e etc, ecrevo e só escrevo, faço perguntas e sei que são impossíveis de serem respondidas, e se forem podem se chocar com o que eu espero. Eu já sei. Mas eu escrevo. Não quero me importar agora com regrinhas, bentidas regrinhas gramaticais, sociais. E longe de "casca" de "poetiza" e o que for, aceito flores e pedacinhos de papeis me apoiando, e as vezes tambem os rasgo na sua frente quando deixo que chumbos pesados rolem na escada do meu coração.
Hoje, apesar de um lado de mim insistir em perguntas bobas ao teu mero olhar,o  outro lado me dá todas as certezas.. prefiro acreditar nas certezas, e espero que se passe de uma vez o tempo em que perguntas que não levam a nada aparecem aos montes sem pedir licença.. de verdade. Eu espero..

E me apoio...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Não creio porque vejo apenas, creio porque SINTO.

Isso me faz menos vazia á tal ponto no qual mais da metade do mundo já alcançou..

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eu tento digerir todos os dias a outra face de mim mesma, eu aguento, sem fazer muitas mudanças.. a não ser que sejam grandes emergências.. E já digo, assim, a fim de avisar-te que chumbos redondos rolam todos os dias nas escadas daqui. Sim, é difícil subi-las de vez em quando, temem ser esmagados pelos pesados, tão pesados, chumbos saltitantes.. mas o engraçado que eles só começam á cair quando não é hora mesmo de subir as escadas..

_Ah, nã não.. isso é muito chato, queria tanto sugar de você seus talentos, seus segredos, o que te faz ser assim...

É uma pena, eu digo com ar sarcástico, porque sei que querias tanto, mas não te convém.. não convém a mim, nem a ninguém. E não terá mais nada a ser decifrado, isso é chato, anormal...
Mesmo que eu, agora, quizesse falar das coisas reais deste mundo, das catástrofes, não conseguiria.. não pelo enorme surto de preguiça e de sono que me faz compania neste momento, mas porque os malditos chumbos insistem em rolar na minha escada, que eu subo muitas vezes pra colher pensamentos..

Consegue entender? coisa estranha.. porque, unicamente por algo que não sei, não quero explicar nada agora, nem que me expliquem.. quero... hmmmf.. fluir, apenas...
Pior que que eu quase acreditei que esse negócio de idéias desorganizadas acontecia pela primeira vez, enganada, cá estou eu.
E, já tentei ouvir tambem smile like a mean it do the killers, oferecida á mim por um amigo, várias vezes, apesar de eu adorar esta música, ela ainda não me fez sorrir intensamente hoje..

tô morrendo de vontade gritar, e, mais ainda, sem se preocupar com vizinhança, rs.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

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"Rogou a Deus que lhe concedesse ao menos um instante para que ele não partisse sem saber quanto o amara por cima das dúvidas de ambos e sentiu a premência irresistível de começar a vida com ele outra vez desde o começo para que se dissessem tudo que tinham ficado sem dizer, e fizessem bem qualquer coisa que tivessem feito mal no passado."

(O amor nos tempos do cólera, Gabriel Garcia Marquez)




 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ontem deixei que um turbilhão de coisas, umas com sentido outras sem, expremessem meu cérebro.. Achando que talvez eles se expremeriam junto, se destruiriam.. (porque na verdade, eu não queria pensar em nada).
acho que não se destruiram, ainda ouço os barulhos dos passos assim, meio longe, passeando.. estão em algum lugar aqui dentro.. queriam se transformar em tinta, tomar conta de um caderno inteiro de lamentações..

Eu não queria que, ao se tranformassem, tomassem suas formas originais. Eles sabem que não são tão fofinhos assim.

Não se transformaram. Decidiram dar uma voltinha.. ir pra outro canto de mim, talvez camurflar-se, não sei.

Hoje, eu acordei porque um avião passou aqui por cima da minha casa, parecia tão pertinho.. quando corri para a janela e vi, na verdade estava longe. E, antes de tomar meu café, tomar meu banhoe ir a luta, eu fiquei uns dez minutos na janela, de olhos fechados.. respirando fundo, somente. Não tinha nenhum ventinho sequer, o que me entristeceu um pouco, pois gosto tanto dessa brisa pela manhã, que as vezes de tão violenta me descabela, mas me lava.

E aí voltei de mim, e as coisas com ou sem sentido haviam mesmo parado de andar em mim, não escutava mais os passos. Calá-los não faz parte do que sou, do meu jeito.. mas por vezes, o aquele descontrole, aqueles ares sombrios que vem sem pedir licença tem origem por que damos atenção demais aquelas coisas.. sabe.. que passeiam em nós, com a face da loucura estampada, sem rodeios. Com um "q" de anti-verdade e educação nenhuma.

É uma viajem, eu sei.. parece. perdi as rédias dessas coisas mal-educadas naqueles dez minutos da janela.
É eu sei.

domingo, 10 de abril de 2011

Queria que não existissem dias estranhos, odeio dimingo, tédio, bolo queimado, arroz queimado, filme chato, gente chata, perguntas demais.. dos outros, porque já bastam minhas perguntas, minhas dúvidas.

Hmmf..

Desejo um dia melhor, pra mim, e pra todo mundo á minha volta. Dias sem cara fechada, sem revoltas demais...

"E, olhando pra todo lado só via escuridão e barulho irritante da gota de agua que caia no chão, já a formar uma pequena poça. Lembrando do que dizia alguém que estara á meia duzia de países, sobre sua força, correu com pressa e, fechando a mão deu um soco na parede.. Não sentia dor pois sabia que a luz que dali saia e iuminara seu rosto era a prova viva de que, se dependesse dessa tal força contida em si mesma, a casa escura estaria de minutos contados."

terça-feira, 29 de março de 2011

"Cuidado com as ilusões, mocinha, profundas e enganosas feito o mar..." (Caio Fernando Abreu)



E, subitamente descobre o compartimento nem tão claro e doce como havia pensado que fosse todos os cantos por ali passeado, e, irritada com o conformismo de que nem tudo poderia ser luzes... porém, com a razão suficientemente preparada para tal ataque sombrio, pisa com o pé esquerdo (maldito primeiro passo) no canto escondido de um lugar de nome um tanto enjoativo.. coração.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sobre corações.

"..Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa..."
(vilarejo - Mariza Monte)



Grandes espaços que contém tudo, contém muito de nada cheio de turbilhões de fortes torrentes. Teimosia sem fim, pequenitude passageira, conquistas napoleônicas.
O pior.. não existem caixas organizadoras por lá.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A principio...

As noites costumam ser bem melhores que os dias...
As noites costumam ser menos solitárias que os dias...
Liberdade tem mais sentido á noite..
Pra onde quer que olhe, atravez da janela, vejo o brilho da lua por traz das nuvens.. refletindo nas vidraças dos prédios, ruas claras, anemicas.. Eu vejo essas coisas apesar do breu, ou será que não vejo com meus olhos, com o coração.
Ainda falta algo, ainda falta muito, ainda falta mais da metade do que eu preciso.
Mas tenho vivido de momentos...
Os ruins me abatem, os bons me resgatam...

Quero resgates eternos...

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"...Fermiza Daza estava na cozinha provando a sopa para o jantar, quando ouviu o grito de horror da Digna Pardo e o alvoroço da criadagem da casa e depois da vizinhança. Atirou a colher de pau e tratou de correr como pôde sem saber ainda o que acontecia debaixo da copa da mangueira e o coração lhe estourou em estilhaços quando viu seu homem estirado de costas no lodo, já morto em vida mas resistindo ainda um último minuto à chicotada final da cauda da morte para que ela sua mulher tivesse tempo de chegar. Chegou a reconhecê-la no tumulto através das lágrimas de dor que jamais se repetiria de morrer sem ela, e a olhou pela última vez para todo o sempre com os mais luminosos, mais tristes e mais agradecidos olhos que ela jamais vira no rosto dele em meio século de vida em comum, e ainda dizer-lhe com o último alento:
- Só Deus sabe quanto amei você."

O Amor nos Tempos do Cólera-Gabriel Garcia Marquez, página 59.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Esta noite fechei as portas e julgando esquecer, não deixei que amanhecesses em mim. Fiquei suspensa nas mãos do tirano de barbas rígidas que tudo rouba e recusei todas as manhãs. Talvez como quem carrega um rochedo sabendo que a imortalidade não pode acontecer a quem recusa uma só réstia de luz. Talvez como quem quer apagar todas, ou poucas, memórias que o homem de barbas rígidas insiste guardar. Talvez como essa Ode grega que insisto em não dizer. Talvez como uma incerteza nos braços daquele que deixou apodrecer as maçãs e insiste em levar as violetas para a outra margem do rio que poucos sabem que existe…
Talvez esta noite as portas que julguei fechar não existam porque o dono das coisas, o tirano, o de barbas rígidas, o Tempo, não deixa esquecer que possas ser uma manhã nas artérias de alguém.
Talvez as violetas sob o gelo não estejam numa outra margem de um rio qualquer (que não existe), mas em ti.
Talvez esses laços que te amarram os braços sejam uma prece e ainda não saibas...

terça-feira, 22 de março de 2011

São duas da manhã. E esta noite não me é diferente..
A minha xicara com desenhos de borboletas azuis e um barquinho colorido(?) e o Sr. café bem forte dentro me são testemunhas dos meus momentos de precipitação.. começo á escrever algo, já alcança uma página inteira e num estalar de dedos apago tudo, e se transforma em rápidas memórias de um desvaneio aparentemente sã ocorrido rapidamente e que sorrateiramente fica me dizendo que é realmente um desvaneio.. doido.
E quantos..
Meu ser que o diga..
será mesmo.. Sr. desvaneio? vc é real... mais um comentário de alguma fotografia da sociedade que não me sai da cabeça?
Eu tenho certeza de minha força, minha audasia, ousadia quanto ao que penso, ao que sou.. mas unicamente á mim, pergunto agora.. Porque é tão dificil soltar o que está aqui? Já viz isso por tantas vezes aqui.. Sra política é prova é viva.. foi cuspida em um texto de muitas palavras até..
Mas, por mim, faço essa pegunta ao que está lá fora.. que mora em casas, aps, na rua, no senado, nas igrejas.. Pq tudo que é importante é delicado? Pq uma tentativa de "pow, acorda cara" é considerada um terrorismo psicológico...?
Agente sabe porque.. mas não quer saber..
E, sinceramente por mim, eu nem quero saber...
Eu vou respirar meus pseudo-poemas, vou.. sei lá, tomar mais gole do meu café.
Descansar minhas asas.

domingo, 20 de março de 2011

"... é preciso acreditar em alguma coisa, é preciso...
e se engana profundamente aquele que pensa que está muito bem assim, desacreditado. E engana a si mesmo, dizendo que que não é enganado, faltando algo.. sempre vai faltar esse "algo" enquando não acreditar naquilo que está no fundo do coração. Sem adiantar por pra fora, expulsar.. sempre vai haver o momento de admitir, preciso de vc.. acreditar em vc.."




(desconhecido)

sábado, 19 de março de 2011

Eu sou matéria em imatéria, tudo junto.. coração pensante com mente que sente..
E, não adianta, não consigo faze-los parar de pensar e sentir, pensar e sentir, pensar e sentir...
São um metro e sessenta e cinco de olhos coloridos de quaiquer cores que não fazem mais nada além de dizer, dizer, dizer, dizer....
Isso podeia muito bem estar no meu perfil, mas já que é de perfil que falei.. vou ter escolher entre descrever uma borboleta.. uma bomba perigosa.. uma flor.. ou estilete sem cabo. Ou tudo junto?
Viixi, confusão menina...


 _Porque diabos este cadiado tem de estar assim.. fechado, sempre?!

_sempre?! ele teima em abrir sozinho toda vez.....

_Perguntei porque teima em deixá-lo assim...

_Por acaso, só tens anjos dentro sí?! lógicamente que...

_Não...



(melhor que esteja aberto)





Quando você pede a uma Estrela,


Não importa onde esteja,

Aquilo que seu coração deseja,

virá para você...



(Walt Disney)



Hmf..

[era vidro e se quebrou..?!]
Normalmente não simpatizo muito com as colunas do Yahoo!Brasil, mas essa que saiu hoje achei muito interessante, do Dr. Alessandro Loiola..

Vendedores de fumaça

Quando um certo alguém disse que “existe um limite para tudo, menos para a estupidez humana”, acertou na mosca. Pode ter sido Einstein, Sartre, Schoppenhauer, Tiririca, sei lá. Certamente vou receber um email dizendo de quem é esta máxima, mas que a mosca levou um peteleco no meio da testa, ah levou.
Como não é possível deixar a estupidez humana de lado (teríamos que alugar um planeta inteiro só para isso), vamos esquecê-la por alguns instantes e nos concentrar na primeira parte da frase. “Existe um limite para tudo”.
Existe um limite para o seu esforço, um limite para seus amigos, amores, vitórias e derrotas basicamente porque existe um limite para sua quantidade de dias. Apesar disso não ser novidade, conheço poucas pessoas que aprenderam a dimensionar esta verdade no tira-colo do cotidiano.
Quer um exemplo cinematográfico da nossa falta de visão? No filme “Homem de Ferro”, o personagem Tony Stark se vê preso em uma caverna nas montanhas nos confins do Afeganistão (hum… “confins do Afeganistão” não é uma redundância?), coagido a construir um míssil para os rebeldes com a promessa de ser libertado em seguida.
-  Haja o que houver – ele diz para si mesmo –, de qualquer forma, fazendo ou não o míssil, estarei morto em uma semana.
- Então – diz seu companheiro de cela –, esta é uma semana muito importante para você, não?
A tragédia e a beleza de tudo se esconde no limite.
Transformando a teoria em prática, suponhamos que você seja capaz de ler um livro a cada dois meses. Da alfabetização até estar com Alzheimer e não conseguir lembrar onde diabos colocou o livro (“hein, eu estava lendo um?”), vamos dizer que tenham se passado cerca de 80 anos. Isso daria um total de 480 obras. Sua capacidade de leitura ao longo da vida se restringirá a uma pilha de 480 títulos. Beeem menos do que o mercado editorial brasileiro lança em um ano.
Daí a importância do que você lê. Cada obra é importante, porque seu número de livros será limitado pelos seus dias. Em A Filosofia da Ciência, Rubem Alves comenta muito apropriadamente que o refinamento do pensamento depende da riqueza de vocabulário. Quem lê mais ganha mais palavras para ter mais ideias e raciocinar melhor. A inteligência é mais um produto de hábitos que uma benção divina.
Talvez nenhum outro livro tenha mudado tanto minha visão da medicina quanto “O Físico”, de Noah Gordon. O título original, “The Physician”, teria sido melhor traduzido para O Médico, mas tudo bem. Não é por causa de uma ervilha amassada que vou jogar todo o risoto fora.
Em “O Físico”, o vendedor ambulante Barber se desloca de uma cidade a outra comercializando seu Tônico Universal, uma bebida doce, com leve teor alcoólico, específico para o tratamento de todas as doenças – como o próprio nome sugere.
Em um de seus acessos de sinceridade, Barber comenta com seu aprendiz, o jovem Rob Cole:
- Quando eu morrer e estiver na fila na frente do portão, São Pedro vai perguntar, “Como você ganhou a vida?” “Eu era fazendeiro”, dirá um homem, ou, “Eu fazia sapatos de couro.” Mas eu responderei: “Fumum vendit”. Eu vendia fumaça.
O Físico se passa na Idade Média. É triste perceber que não mudamos muito desde então. O que chamamos de desenvolvimento ou progresso não passa de mais do de sempre. A despeito do maior acesso ao conhecimento, as pessoas ainda insistem em basear suas decisões em mitos, dogmas e desinformação. Ninguém quer pensar. Todo mundo está inebriado em um torpor de fumaça ignorante com cheiro de pão e circo.
Inserida neste cenário, a medicina está se tornando uma neblina que mais confunde que ilumina. Acompanhando o restante da sociedade, nós médicos vamos perdendo (ou já perdemos?) o rumo e, ao invés de acumular sabedoria para oferecer ao próximo bússolas para dias melhores, estamos nos tornando especialistas na arte de vender fumaça. Exames caros, procedimentos sofisticados, nenhuma empatia.
Também, de que adianta? Quantas vezes seu médico tentou lhe convencer de exercícios físicos, largar o cigarro, diminuir a bebida, combater o sobrepeso, manter a pressão e o diabetes sob controle, melhorar o sono, reduzir o estresse…? E quantas vezes você realmente ouviu, refletiu e mudou? Vendedores de fumaça existirão enquanto existirem compradores de fumaça.
A única saída que vejo para esse problema está na leitura. Assim como você planeja sua carreira, seu salário, seu guarda-roupa e o menu da semana, seria maravilhoso programar sua leitura para este mês e ano. Quais obras deseja ler? Uma rápida pesquisa na internet pode lhe fornecer um cardápio saboroso de idéias.
Você é o que come. Mas se tornará aquilo que lê. Se você consegue ler apenas um livro por ano, então, como diria Tony Stark, esse será um livro muito importante, não? Escolha-o com cuidado. Leia-o com atenção. Ou continue cego para o mundo à sua volta, sorvendo goles generosos de tônico universal, enquanto espera pelo próximo vendedor de fumaça.
Eu? Eu não fumo mais.

Dr. Alessandro Loiola


Basta, né Brasil?!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Para as pessoas livres, de opnião e direito de expresão também livres!

Ainda não sei por que me perguntam o que quero dizer quando escrevo aqui, afinal por que perguntam a mim? Saio do meu corpo dando lugar a centenas de outros personagens e faces, inspirados em mim, ou em fotografias cotidianas tiradas por meus olhos. E sim, são eles que escrevem agora, são deles as palavras que, por vezes, passo para esses papéis. Não estou psicografando, não pense asneiras; apenas enxergue as entrelinhas, é ali que eu(mesma) estou.. Devo ser mais clara agora? Ações, sensações, confusões.. Se toda forma de expresão fosse condenada á regras..."faça assim, agora pense assim, copie, não crie!!!" a palavra EXPRESÃO não faria sentido se não fosse algo que viesse únicamente e cinseramente de dentro.. Se exatamente tudo fosse autobiográfico, que ambíguo seria isso aqui - e já não é?! Além de mim, a outra face é quem sente, quem viaja por cada poema. Elabore suas conclusões como quem monta um quebra-cabeça cuidadosamente. Faça as palavras mudarem os significados ao seu favor.. E no fim, dependendo de seu LIVRE discernimento, continue acreditando que tudo isso faz ou não sentido pra vc!
 E ainda.. eu quero.. mesmo descalça, sentir menos a terra na planta dos pés. Não querer tanto mudar o mundo..
Mas alguém me disse que estou certa. Eu tenho que estar com meus pés no chão, sem deixar de se jogar nos meus próprios sonhos.
Uma borboleta sempre sabe como voar. Estará voando.. mesmo que parada no céu.
Quero pular, quero ouvir música pra sempre, fazer das minhas fotografias minhas identidades permanentes..
Eu quero andar na praia sem voltar mais pra casa, dia e noite.. morar quem sabe.
Eu quero escrever, escrever, escrever, escrever e escrever todas as coisas que tenho aqui até esgotar os caracteres, ou meus pensamentos, mas que no outros dia, eles voltem...aparentemente  inermináveis como são.
Eu quero ler todos os livros que existem, aprender tudo que me seja bom saber... quero ter tudo e não ter nada.
Eu quero  Todos os sentimentos... quero força, pra for quando a hora de expulsar os que me são ruins.Pensamentos, sentimentos, pessoas, intrigas e afins..
Quero super-poderes, estar em todos os lugares que quero estar com eu quero ao mesmo tempo... Poder parar o tempo.. talvez.
Eu quero conseguir controlar o frio na boca do meu estômago rs..
Trazer pessoas denovo ao meu convívio.
Queria poder ter, dentro de uma caixinha, magia guardada.. pra toda vez que quisese mudar o mundo ao meu redor..
Parar de afiar tanto a lâmina.. pra deixar menos marcas ruins.. sentimentos menos mortíferos. 
Eu quero tanto amor, mas me arrependo quando tenho..
Me perder menos em meus próprios textos.
Queria ser menos carne e osso.
Menos boba.
Menos medrosa.
Efusiva.
Extrovertímida.
Eu tenho todos esses defeitos, todas essas falhas.. Não,Não.. Eu tenho.
Mas alguém me disse que esses defeitos são o que eu sou.. são encantadores.
Tão engraçado. O pior que eu acredito.

terça-feira, 15 de março de 2011

Fome de resposta.

Que fome de resposta eu sinto agora.. aliás, é a palavra mais desejada, talvez, nos momentos de precipitação.. RESPOSTAS....Para as mais mais variadas coisas, pro que sinto, pro que penso.. arrisco até ir mais longe.. para o universo quem sabe. Quanto mais procuro mais me perco, sem esquecer de juntar as poucas pistas que caem sobre meus pés as vezes.. Tenho pensado muito sobre ser mais profunda, constante no modo como sou, como penso, escrevo.. mas tenho medo da profundidade, fujo disso pq sei que se houver, haverá demais, e acredito que tudo que é demais não bom.. deveria ser?  construir obstáculos contra nós mesmos nunca foi um belo caminho. Pra ser sincera, me apavora. Deveria ser assim? tem mesmo que ser assim?
Eu preciso ir dormir, mas, é incrível como essas perguntam me tomam de mim nesse momento. E vou, mais uma vez como sempre, achar respostas olhando pro café que há na xícara.. refletindo meu rosto.. não sei porque mas as ideias sempre me parecem mais claras quando estou junto de uma xicara de café. Noites com cheiro de café.
Tô com vontade parar por aqui, porém tem tantas coisas mais a serem ditas....
Pega e abre a jenela, as cortinas voam com o vento que vem da rua.. olha e vê os prédios, os carros, buzina, barulho, barulho... fluir de pensamentos fugitivos.. estranhamento..as gotas da chuva molham o rosto, tomado de abandonamento, e se misturam com as lágrimas vermelhas. E deixa molhar a casa.. deixa o vento revirar os quadros na parede, desfolhar os livros, balançar as fotografias no varal em revelação.. a casa cheia de folhas ora jogadas ao chão ora voando pelo ar. O vento para, a janela fecha, rápido. Acho que é a vida, dizendo que é maior do que meus sonhos mais infinitos, que tem camas elásticas no fundo pra amortecer o salto.. mas não sede a mão que empurra nas costas.. empurra pra frente. E permanece assim, permanece ali.

Permanece.
Sinceramente, às vezes eu queria entender as pessoas que não dependem de amor para viver. Sim, eu dependo e assumo isso. Aliás, eu dependo de tanta coisa pra (sobre) viver que se falasse tudo aqui, perderia as contas ou levaria horas. Mas eu confesso que eu não queria SÓ entender essas pessoas; às vezes queria sentir o que elas sentem. Sinto uma pontinha de inveja desse desapego com o amor, dessa sensação de viver livre sem depender de ninguém. Sem achar que realmente precisam de alguém para completar sua felicidade. Parece até que são predestinadas a ser assim desde... sempre. E nós, somos os tolos, imaturos, chorões, bobões e escravos do amor. Mas aí eu paro e penso de novo. Quem faz isso é tão inseguro quanto às pessoas que sofrem por amor descaradamente. Acha que não? Será que elas não fazem isso pra se proteger do mundo cruel que as cercam? É possível. Usam armadura de aço achando que isso as manterá imune das peças que nos são pregadas. Mal sabem elas que estão tão expostas como se estivessem nuas na frente de uma multidão. E é quando eu penso por esse lado, que me dá vontade de rir. Não por maldade, eu juro. Mas porque do mesmo jeito que eu pareço tola ou abobada para elas, elas parecem para mim. Assim como parecem para todo mundo. E o pior: não sabem disso. No fim das contas, não dá pra julgar exatamente quem está certo e quem está errado. . Até hoje não sei julgar nem a minha forma de pensar, quem dirá a dos outros. Cada um convive com aquilo que lhe for mais conveniente. Quem sabe eu ainda passe por obstáculos que me façam engolir de volta todas as palavras que escrevi aqui. Mas enquanto isso não acontecer... Eu vivo na minha nuvem e você na sua.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Paradoxo.

Juro que esta minha fase super-revoltada-com questões-políticas-econômicas e tudo mais que dá dor de cabeça, vai passar um pouquinho.. mas enquanto não passa, vou falando..
A presidente Dilma toma uma decisão importante para cortar gastos do Governo, ela decide suspender os concursos públicos em 2011. Aqueles que passaram ou que iriam fazer as provas terão que esperar. Com isso o Governo pretende diminuir a quantidade de dinheiro na economia, contendo dessa forma a inflação, já que a suspensão dos concursos economizaria 50 bilhões.
Ok! Louvável a presidente querer cortar gastos, isso tem que ser feito mesmo, porém a questão não é bem essa, o buraco é mais embaixo.
Em dezembro de 2010 houve um aumento de 61,83% no salário dos nossos queridos filhos da puta parlamentares e o próprio salário do presidente subiu para 15 mil reais, essas alterações entraram em vigor no dia 1º de fevereiro de 2011. Então eu me pergunto: Por que cortar os gastos suspendendo os concursos, quando se gasta muito mais pagando esses "queridos" representantes de nosso povo? Por que não anunciam: 'Governo decide cortar salários dos parlamentares para diminuir gastos do governo'. Mas tudo bem, eu sei que é ilusão achar que isso vá acontecer assim tão facilmente.
Mas é sério, estou indignada. Não é tudo dinheiro público? Não somos nós que pagamos tudo mesmo no final? Isso é uma "puta falta de sacanagem".
Os parlamentares dizem que o que ganham não dá pra cobrir suas despesas, algumas alegam estar passando fome e que o que recebem é uma miséria. ú.ú
Ai ai, eu adoraria passar fome com 27 mil todo mês na minha conta, adoraria passar fome com verbas de gabinete, com auxílio moradia, com auxílio alimentação, auxílio passagem, auxílio diabo a quatro... Eu seria a miserável mais feliz do mundo!
Queria entender: Como eles não conseguem sobreviver com 27 mil, mas a maioria dos brasileiros com um mínimo que não vai passar de R$ 545 (porque senão os cofres da previdência não aguentariam), conseguem sustentar uma família inteira.
Paradoxos! Alguém tem ideia de como funciona isso?

Cecill, faço de suas palavras as minhas( e ponto)

domingo, 13 de março de 2011

Explodir. Explodir, explodir, explodir, explodirrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!! Arrgrrr!!!!!!!!








Uhh... bem melhor agora. haisuahaiahsi

sexta-feira, 11 de março de 2011


           Estava voltando pra casa uma dia desses, vindo da Daniela aqui em Floripa, e aproveitei o engarrafamento pra tirar essa fotografia. O céu neste ponto me chamou muito a tenção, não porque a nuvem bem no ali no meio parece um rosto de perfil (isso tb), mas, reparem, a diferença de iluminação nos dois lados dela.. o sol bate extamente onde ela termina. Na verdade, hoje eu queria escrever mesmo sobre como eu acho que é verdade esse négócio de que nada melhor do que o dia após o outro, que todo sentimento tem iníco, meio e fim.. A felicidade acaba pq a tristeza a invade, mas a mesma tem que acabar pra que a felicidade volte!
          Me disseram que era papo de lunática, que essas coisas de nuvens não são verdade.. hahaha... è.. talvez eu seja lunática.. é que nunvens, já digo, me encantam, quer ver então as carregadas, de fim de tarde, avermelhadas, se misturando com a noite..
          Sempre me encontou muito olhar as nuvens.. e mesmo se não tiver nuvens.. apenas céu azul..ficar quebrando a cabeça de tanto pensar em quantas vezes o infinito deve ser maior que que nós mesmos, tantando achar desenhos nas nuvens.. vc já fez isso hoje? eu digo, faça!!! sabe aquele engarrafamento interminável na viagem pro trabalho? então.. Ser um pouco "lunático" ás vezes até que é bom hehe.. é mesmo!


       Beijos, ao meu único seguidor, no momento haieiaueaieha, e pras pessoas que lêem mas não seguem haisahsiahsais. fica a dica.

quinta-feira, 10 de março de 2011

       O "poder" que quero falar aqui não se trata do de Deus, não agora. Mas, do "poder" sabe.. ah vocês sabem.. aquele "poder" que rege o mercado, rege as economias, rege um país, um planeta... O dinheiro? simm. Ele mesmo. Um pouco interligado, legalmente e, em alguns (quero dizer, muuitos, diz meu conciente) ilegalmente, sem boa fé, sabe, mas esse lado vou deixar pra deixar pra depois. Na verdade quero falar mesmo é do efeito desse "poder" na vida das pessoas, que nos faz fazer de tudo e dar o melhor de nós pra que ele cresca, primeiro em benefício próprio, depois pra ajudar a mivimentar a economia do país, oou seja, se matar de trabalhar, lógicamente.. virarmos a formiguinha operária do formigueiro.
         E você está pensando, "Mas Jéssica, minha mãe disse que o trabalho edifica o homem!" Risos.
         Edifica sim, claro, concordo. Maas, edifica também o governo, se é que me entende. Não que seja ruim, queremos um governo bom, que tenha condições de arcar com nossas necessidades. Aí é que está. NOSSAS necessidades X enganação. Pra ser mais direta.. inconsientemente somos induzidos á fazer mais do precisamos, muitos os fatores que contribuem, mas o principal, aquele.. perigosinho que eu não vou com a cara, a Mídia! Sempre nos convencendo que temos que comprar mais, sempre mais, que não seremos felizes se não tivermos este ou aquele produto. Resultado? trabalhamos mais e mais como cavalos, porque claro, nunca temos o salário ideal. Famílias tristes e desestruturadas, problemáticas.. Porque derrepente você não tem tem mais tempo pra tomar sol ao ar livre com os filhos, pra fazer sua esposa ou marido feliz á noite pq tem que fazer o trabalho que trouxe pra casa, pra ver se ganha mais um pouquinho de dinheiro!
       Você está aí, vendo o dim dim entrar legal na conta e quanto mais vê mais quer e os olhos se esbugalham cada vez mais, e quando chega em casa não consegue se olhar no espelho nem fechar os olhos. Eu acredito que quando se fecha os olhos, se olha pra dentro de si. Vê e não encontra nada. percebe que, dinheiro acumulou, mas integridade, dignidade.. haha.. não! Começa a se lembrar do dia em que aceitou aquela grana do político pra escrever certa coluna falando muito bem do mesmo.. é.. chegou a este ponto. O "poder" suga você até conseguir o que deseja.
      Desculpem se pareceu meio pesado hoje.. mas é que eu quando tenho algo no coração tenho que por pra fora. Não quero acusar ninguém, pq sei que não sou santa. São só palavras para serem observadas.. pensadas!
       É isso por hoje.. seja quem for que esteja lendo, não seja um alienado por favor, mas não deixe de considerar que existem muitas verdades que podem e devem estar no conciente.. faz parte da parte da vida que diz que podemos ser melhores, mesmos sendo errados.
Beijos!